quinta-feira, 31 de julho de 2008

BRASIL: O JORNALISTA PRECISA MUDAR!


No Brasil é assim. Alguns logotipos de imprensa só causam exasperação. É o caso dos da Rede Globo e o da RBS. Para a maioria dos militantes da luta popular eles são símbolos da mentira, da opressão e da manipulação. E essa não é uma reputação conseguida ao acaso. O fato é que a nave mãe (Globo) conseguiu impor um jeito de fazer jornalismo que impregna praticamente todas as redes, principalmente as suas filiadas, como é o caso da RBS. Teoricamente poderíamos enquadrá-lo no campo do jornalismo funcionalista, ou seja, aquele que apenas responde as seis perguntas - onde, quem, como, quando, o quê e por que - sem maiores preocupações com a análise ou o contexto da notícia. Mas, para além da prática do chamado jornalismo liberal (o que pretensamente mostra os dois lados), há toda uma tradição de ocultamento e meias verdades que forjam a usina ideológica da elite e da classe média brasileira. A televisão, com a Globo à frente, é uma fábrica de mentiras, na qual os pobre só aparecem como bandidos e os lutadores sociais como baderneiros "terroristas".


Para os jornalistas que atuam nestas redes fica colocado, então, um grande desafio. Muitos deles - senão a maioria - estão bem integrados ao jeito de fazer jornalismo que consagra cada uma delas. Mas outros há que buscam fugir destas malhas de desinformação e precisam de um longo caminho até serem recebidos com confiança pelos movimentos sociais e pelos moradores das periferias. Não é sem razão que, em campos conflagrados, como é o caso do Rio de Janeiro atualmente, os jornalistas sejam alvos do ódio e da revolta popular. O que parece interessante é que a maioria das redes e dos periódicos, bem como os órgãos de classe dos jornalistas, não se faça perguntas sobre os por quês dos ataques e do ódio. Há notas de repúdio, há declarações e editoriais virulentos, mas nenhuma linha sobre o tipo de jornalismo que se anda fazendo por aí.


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terça-feira, 22 de julho de 2008

UMA QUESTÃO DE HERMENÊUTICA...

Olá, caro navegante!

Este é um diário pessoal com minhas anotações, análises, idéias e interpretações sobre vários assuntos.

Um deles é o jornalismo, prática profissional da qual fui sistematicamente tolhido nos 11 anos em que trabalhei nas redações comerciais de Rio Branco.

Ao longo das postagens mostrarei a origem e como ocorre esse fenômeno ainda hoje. Especialmente como ele é fruto de uma estética de poder viabilizada pela organização histórica da sociedade acreana.

Por enquanto, direi que o Acre tem uma sociedade cindida desde seu início. A enorme fachada mítica atribuída a meia dúzia de "desbravadores e heróis" em detrimento das lutas seculares de todo o povo, é lugar-comum nas histórias regionais. Aqui, porém, o corte foi fatídico, poderoso, e mais tarde perpetuado para manter grupos econômicos.


Essa conjuntura gerou um comportamento social igualmente cindido entre dominados e dominadores nos menores espaços da vida pública. Moldado nessa ética de interesses nasceu e se desenvolveu o jornalismo local.
No Acre o contexto sempre produziu o texto da notícia, mas também - exatamente porque o produzia - se alimentou dele.
Recentemente um projeto político de esquerda serviu-se desse fenômeno histórico para chegar ao poder e novamente o readaptou, construindo sobre si uma enorme fachada de messianismo político. Para isso reelaborou entre os dominados políticas similares às que combatia, viabilizando-as não mais pelo choque, mas pelo pacto, pelo apaziguamento social.
Tal política de pactos, longe de apaziguar, acentuou a luta de classes, pois tornou-a sutil e quase invisível aos olhos. Tornou-se difícil percebê-la mesmo - especialmente - entre aqueles que já a haviam denunciado combatido!

Não pretendo levantar bandeirismos partidários. Minha intenção é contribuir para o debate de uma práxis social marcada por utopismos e ufanismos fetichizados e que só fazem reestruturar a velha ordem para atender a distintos grupos dominantes - mesmo que tais grupos se digam de esquerda.

Para fazê-lo, recorrerei à minha experiência em jornalismo e leituras em Sociologia, Ciências Políticas, Antropologia e afins, sempre com uma linguagem muito clara para que todos possam entender - e, se quiserem, debater.

Obrigado pela visita.