sexta-feira, 12 de setembro de 2008

AS VEIAS ABERTAS DA BOLÍVIA

Qualquer pessoa é criminosa quando promove uma guerra evitável, e também o é quando não promove uma guerra inevitável. (José Marti)



A Bolívia arde, inflama o desejo de mudanças seculares, de reconhecimento dos direitos indígenas por seu representante legitimamente eleito e reconhecido pelo referendo passado, Evo Morales.


Um presidente que veio para reparar as tragédias sofridas pelos indígenas ao longo dos anos, para ser referência em toda a América Latina destroçada pela espada espanhola e americana ao longo de décadas. Que veio para estancar as veias abertas que Galeano denunciou ao mundo - somente na Bolívia foram 8 milhões de índios, um holocausto esquecido nos livros de história.


Os mesmos que assassinaram Guevara, Vitor Jara, que mataram milhares no Chile, no Paraguai, os mesmos que apoiaram a ditadura brasileira, que derrubaram governos legítimos como Allende (Chile), Arbenz (Guatemala) agora querem desestabilizar o governo de Morales, um governo que quer o lucro de seus recursos naturais para os menos favorecidos e não para as mãos de poucos fazendeiros como sempre foi.


Vivemos um momento único, um momento tão esperado por Bolívar, Guevara e outros tantos que deram suas vidas para um dia ver uma América Latina unida, justa e igualitária. Os vários governos de esquerda que sucessivamente se elegem pelas mãos do povo são demonstrações do cansaço do povo latino das décadas de servidão e domínio imperialista.


A Bolívia arde.


Manter Evo Morales no poder, além de uma reparação histórica, é um dever moral de uma era nova que está nascendo em nossa América Maiúscula, como denominava Guevara.


A foto é da Agência Reuters.

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