terça-feira, 22 de julho de 2008

UMA QUESTÃO DE HERMENÊUTICA...

Olá, caro navegante!

Este é um diário pessoal com minhas anotações, análises, idéias e interpretações sobre vários assuntos.

Um deles é o jornalismo, prática profissional da qual fui sistematicamente tolhido nos 11 anos em que trabalhei nas redações comerciais de Rio Branco.

Ao longo das postagens mostrarei a origem e como ocorre esse fenômeno ainda hoje. Especialmente como ele é fruto de uma estética de poder viabilizada pela organização histórica da sociedade acreana.

Por enquanto, direi que o Acre tem uma sociedade cindida desde seu início. A enorme fachada mítica atribuída a meia dúzia de "desbravadores e heróis" em detrimento das lutas seculares de todo o povo, é lugar-comum nas histórias regionais. Aqui, porém, o corte foi fatídico, poderoso, e mais tarde perpetuado para manter grupos econômicos.


Essa conjuntura gerou um comportamento social igualmente cindido entre dominados e dominadores nos menores espaços da vida pública. Moldado nessa ética de interesses nasceu e se desenvolveu o jornalismo local.
No Acre o contexto sempre produziu o texto da notícia, mas também - exatamente porque o produzia - se alimentou dele.
Recentemente um projeto político de esquerda serviu-se desse fenômeno histórico para chegar ao poder e novamente o readaptou, construindo sobre si uma enorme fachada de messianismo político. Para isso reelaborou entre os dominados políticas similares às que combatia, viabilizando-as não mais pelo choque, mas pelo pacto, pelo apaziguamento social.
Tal política de pactos, longe de apaziguar, acentuou a luta de classes, pois tornou-a sutil e quase invisível aos olhos. Tornou-se difícil percebê-la mesmo - especialmente - entre aqueles que já a haviam denunciado combatido!

Não pretendo levantar bandeirismos partidários. Minha intenção é contribuir para o debate de uma práxis social marcada por utopismos e ufanismos fetichizados e que só fazem reestruturar a velha ordem para atender a distintos grupos dominantes - mesmo que tais grupos se digam de esquerda.

Para fazê-lo, recorrerei à minha experiência em jornalismo e leituras em Sociologia, Ciências Políticas, Antropologia e afins, sempre com uma linguagem muito clara para que todos possam entender - e, se quiserem, debater.

Obrigado pela visita.

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