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Mostrando postagens de maio, 2010

SUSTENTABILIDADE INSUSTENTÁVEL

O ideário dominante é rico em termos novos, ainda que singelos em seus conteúdos. “Empregabilidade”, por exemplo, é usado para exprimir sua incapacidade real de efetivamente empregar; empregabilidade, então, torna-se sinônimo de transferir para os trabalhadores a responsabilização pelo seu desemprego. Nesta nova alquimia, o real culpado vira réu e este se torna o culpado. "Responsabilidade social" é outra palavra que hoje se encontra em quase todas as empresas, não importa que elas vivam desempregando, seguindo a máxima da liofilização produtiva. Ou seja: como a competição é pesada, é preciso cortar custos e, então, o talhe se volta contra os trabalhadores e a "responsabilidade social" se confunde com irresponsabilidade societal. Mas há também os "colaboradores". Não há mais praticamente nem uma empresa sequer, neste admirável mundo globalizado, que não tenha convertido seus antigos trabalhadores em "novos colaboradores". Mas é curioso: quanto ma...

MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Por muitas razões, fáceis de referir e de demonstrar, a história da imprensa é a própria história do desenvolvimento da sociedade capitalista. O controle dos meios de difusão de idéias e de informações - que se verifica ao longo do desenvolvimento da imprensa, como reflexo do desenvolvimento capitalista em que aquele está inserido - é uma luta em que aparecem organizações e pessoas da mais diversa situação social, cultural e política, correspondendo a diferenças de interesses e aspirações. Ao lado dessas diferenças, e correspondendo ainda à luta pelo referido controle, evolui a legislação reguladora da atividade da imprensa. Mas há, ainda, um traço ostensivo, que comprova a estreita ligação entre o desenvolvimento da imprensa e o desenvolvimento da sociedade capitalista, aquele acompanhando a este numa ligação dialética e não simplesmente mecânica. A ligação dialética é facilmente perceptível pela constatação da influência que a difusão impressa exerce sobre o comportamento das massas...

PARTIDO NAZISTA NA INTERNET

Fuçando a web em busca de referências bibliográficas para manter em bom nível o diálogo com meu novo amigo virtual Isaac Melo, do blog Alma Acreana , eis que encontro nada mais nada menos que o site do Partido Nacional-Socialista Brasileiro (PNSB) , que já tem número - 88 - e uma campanha pela legalização do nacional-socialismo no Brasil. Aos mais jovens: nacional-socialismo e nazismo são a mesma coisa. O prefixo "nazi" é a abreviação alemã de nacional-socialismo, regime criado por Adolf Hitler que lhe deu esse nome como estratégia para arrebanhar trabalhadores e sindicatos europeus simpáticos à causa socialista numa fase de consolidação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Diferente do socialismo internacionalista (ou marxista), o nacional-socialismo não defendia o fim das diferenças de classe, não queria o proletariado organizado como protagonista da história e pretendia substituir todas as nações por um Império Mundial comandado pela Alemanha. A princíp...

OS PAIS DA CRIANÇA

Editado em 23.05.2010 , acatando sugestões - geniais - da minha querida orientadora, professora e amiga, Eurenice de Oliveira. Pensei em fazer um novo texto, mas vou deixar os vários adendos geniais destacados em vermelho. Nos Estados Unidos, uma arraigada tradição política de culto à personalidade cunhou a expressão "pais fundadores" para designar a bravura, audácia, perspicácia e capacidade de liderança dos primeiros presidentes daquele país. Trata-se de algo com repercussões diversas na vida política, responsável inclusive pela personalização do poder político - como se a democracia não fosse um processo coletivo. No Acre, esta experiência geopolítica conduzida em grande parte de sua história pelo capital internacional, vamos na mesma direção. Bastou por exemplo terminar a greve dos professores para pipocarem, aqui e ali, vários candidatos ao elevado cargo de "pai da criança" (entendida como tal o acordo entre governo e grevistas que encerrou o movimento de ...

O CAJADO DE MOISÉS

O deputado estadual Moisés Diniz (PCdoB) chamou hoje a imprensa para dizer basicamente que não representava o governo ao receber, um dia antes, o Comando de Greve dos Trabalhadores em Educação (Sinplac e Sinteac). Disse que tratou-se de uma iniciativa pessoal, em consequencia de sua "posição política", que seria fruto do que ele, Moisés, pensa em relação à política. A verdade é que o nobre parlamentar discutiu alternativas para pôr termo ao movimento grevista - algo que, por um desses acasos bem casuístas da terra-de-galvez-e-chico-mendes, é também a intenção assumida e declarada do governo, com direito inclusive a notas lamurientas, penosas, nos meios de comunicação. Inobstante esta assombrosa coincidência, em seu blog o próprio Moisés admite: "Meu movimento foi aproximar-me dos líderes [da greve] para falar-lhes com honestidade. Dizer-lhe que, quando um método não funciona, você o substitui. Acho que os líderes entenderam". Ou seja, Moisés chamou o movimento gr...

TUDO ERRADO

Podem conferir: uma profusão de terminologias "democráticas" invade a sociedade acreana quando trabalhadores entram em greve. Especialmente se o setor paralisado localiza-se nas dependências do glorioso serviço público, que por meio de suas fartas e generosas tetas sustém o modus vivendi de alguns - sem que apareça, em algum recanto de jornal, o reclame dos impostos e tributos devidos à sociedade democrática de homens e mulheres de bem etc etc etc. É evidente que trata-se de um equívoco. Tá todo mundo "canso" de saber: riqueza, no Acre, jamais foi derivativo de empreendimentos capitalistas. Riqueza sempre foi exclusividade do setor público. Vem, dentre outras fontes - do arco-da-velha -, do sucateamento de gráficas públicas, de lojas que pegam fogo "misteriosamente" (ou o zé foguinho as pega misteriosamente, sabe-se lá a ordem dos fatores), de reuniões que varam a madrugada nos finais de mandato, de alfandegamentos desalfandegados da Área de Livre Comérci...

BELEZA

LIBERDADE DE IMPRENSA

A imprensa livre é o olhar onipotente do povo, a confiança personalizada do povo nele mesmo, o vínculo articulado que une o indivíduo ao Estado e ao mundo, a cultura incorporada que transforma lutas materiais em lutas intelectuais, e idealiza suas formas brutas. É a franca confissão do povo em si mesmo, e sabemos que o poder da confissão é o de redimir. A imprensa livre é o espelho intelectual no qual o povo se vê, e a visão de si mesmo é a primeira condição da sabedoria. A função da imprensa é ser o cão-de-guarda público, o denunciador incansável dos dirigentes, o olho onipresente, a boca onipresente do espírito do povo que guarda com ciúme sua liberdade. A imprensa censurada, com sua hipocrisia, sua falta de caráter, sua linguagem de eunuco, seu rabo de cachorro constantemente em movimento, personifica somente as íntimas condições da sua existência. Karl Marx - Debates sobre a liberdade de imprensa e comunicação. Publicados no jornal Rheinische Zeitung ao longo do mês de Maio (isso...