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DIAGNÓSTICO INÚTIL, O PACIENTE ESTÁ MORTO

Clinicamente morto. Nosso paciente é a mídia (conjunto de meios de comunicação), a intermediária entre sociedade e realidade.

Enquanto a realidade muda com velocidade cada vez maior, a sociedade brasileira oferece claros indícios de entorpecimento. Não se surpreende, não enxerga o insólito, não se importa, não se indigna nem se deixa convocar para coisa alguma. Só se mexe movida por lances passionais, condicionada há décadas pela estrutura narrativa dos folhetins televisivos.

Nossa mídia não discute a mídia e, com isto, descumpre sua obrigação maior de servir à sociedade porque a discussão sobre a mídia é essencial para definir os seus padrões de discernimento.


Texto de Alberto Dines. Continue lendo no Observatório da Imprensa.

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Postei esse texto em homenagem ao excelente repórter fotográfico e meu amigo Marcos Vicentti, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Acre (Sinjac), que em entrevista ao também repórter Jorge Henrique, exibida ontem pela TV Aldeia, afirmou não saber o motivo do jornalismo acreano não ter um "diferencial".

Marcão, a imprensa não tem diferencial porque também perdeu o eixo... e não foi só no Acre!

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