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IGNACY SACHS PROPÕE "OUTRA AMAZÔNIA"

O pesquisador fará conferência aberta ao público segunda-feira (17/11), em São Paulo. Para ele, floresta pode ser um grande laboratório da civilização pós-petróleo; mas para impedir a devastação é preciso passar da denúncia às alternativas.

A banca de debatedores inclui MST, Greenpeace, Ladislau Dowbor e empresários.



Leia mais no Diplô Brasil.

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Fico imaginando o que Sachs, um dos primeiros a utilizar a expressão "desenvolvimento sustentável" como novo paradigma de civilização - ou bio-civilização, como afirma o texto do Diplô -, pensaria da prospecção de petróleo e do cultivo de cana-de-açúcar na "terra-de-galvez-e-chico-mendes".

Não por acaso, movimentos sociais camponeses e vários trabalhos acadêmicos vêm denunciando esse "desenvolvimento" como um redondíssimo equívoco de cientistas bem-intencionados e instituições multilaterais de financiamento profundamente - digamos - tensionadas pelos governos e empresários que as mantêm.

Também não por acaso, o Programa de Desenvolvimento Sustentável (PDS) do Acre, em curso desde 1999, é financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O mesmo banco que na Ditadura Militar emprestou dinheiro aos generais para estimular a ocupação do "vazio demográfico" da Amazônia. O resultado foi o modelo de desenvolvimento que gerou os empates, o assassinato de camponeses e indígenas e a criação de bolsões de miséria nas cidades.


Clique
aqui para conferir uma dissertação de Mestrado sobre o afamado PDS/AC. O texto é de João Veras de Souza e foi apresentado ao Mestrado em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), sob orientação do Prof. Dr. Rogério Portanova, neste ano.

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