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DESMATAMENTO NO ACRE CRESCEU 13% EM 2008, DIZ IMAZON

Essa é boa. De 15 a 22 de dezembro passados, enquanto o governo do Estado e um siribolo de ONGs desdobravam-se em "atividades alusivas" (como os jornais gostam de dizer) aos 20 anos da morte de Chico Mendes, a estatística pregava-lhes uma peça: 2008 fecharia com um aumento de 13% no desmatamento no Acre.

Os números vieram a público hoje em um estudo do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

O número 13, ligado por muitos ao azar, é também o da sigla partidária que governa o Acre há 10 anos: o Partido dos Trabalhadores (PT), que teve entre seus filiados o próprio Chico Mendes.

Como se não bastasse, além do Acre o desmatamento cresceu também em Roraima: 45% em comparação com 2007. Para quem não lembra o 45 é o número do PSDB, principal sigla de oposição ao PT e que está no governo de Roraima desde 2006.

Coincidência? Acho que sim. O fato é que em todos os demais Estados da Amazônia houve queda no desmatamento. Foi graças a eles que, na contabilidade geral, 2008 fechou com redução de 82% no ritmo de destruição da natureza.

O estudo do Imazon também revela que em novembro houve um pico de desmatamento no Acre, grande o suficiente para deixar o Estado de Chico Mendes, Marina Silva e Jorge Viana responsável por 10% das derrubadas de toda a Amazônia por um mês. O percentual pode ser maior, já que em novembro as nuvens cobriam 68% da região, impedindo que se tirassem as fotos de satélite que embasaram as estatísticas.

Para baixar arquivo PDF com o estudo completo do Imazon, clique aqui.


A imagem é do Imazon e mostra as regiões de nuvem e os desmatamentos fotografados em novembro de 2008. Clique nela para vê-la ampliada.

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