Pular para o conteúdo principal

CIDADES MAIS POPULOSAS REGISTRAM MAIOR NÚMERO DE FAVELAS




Um terço dos municípios do país declararam ter favelas em seu território. Loteamentos irregulares são mais comuns nas regiões Sul e Sudeste.


A Pesquisa de Informações Municipais 2008, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (12), revela que a incidência de favelas é maior em municípios mais populosos. Um terço das 5.564 cidades do país declararam a presença de favelas ou assemelhados em seu território. As Regiões Norte e Sul (com 41% dos municípios) apresentam as proporções mais elevadas, seguidas pelo Nordeste (32,7%), Sudeste (29,7%) e Centro-Oeste (19,5%).

Com relação à população, 27,7% dos municípios com até 50 mil habitantes declararam a existência de favelas em seu território, e esse índice passa a 70,8% dos municípios que têm entre 50 mil e 100 mil habitantes. Já entre os municípios de 100 mil a 500 mil habitantes, 84,7% têm favelas. Das 37 cidades com mais de 500 mil habitantes, apenas Cuiabá informou a inexistência de favelas.

Ainda de acordo com a pesquisa, o problema dos loteamentos irregulares ou clandestinos, que estão presentes em mais da metade dos municípios do país (53,2%), é mais incidente nas regiões Sul (62,4%) e Sudeste (59%), seguidas pelas regiões Norte (57,9%), Centro-Oeste (47,9%) e Nordeste (41,9%).

O levantamento constatou um crescimento no número de municípios com famílias cadastradas em programas habitacionais. Em 2001, 56,2% dos municípios declararam ter cadastros dessa demanda. Em 2008, esse índice subiu para mais de 80%.


Fonte: Portal G1

---------------------

Nota minha: O modelo de desenvolvimento econômico importado pelo Brasil dos EUA não só produz favelas, como precisa delas como mão-de-obra barata para as fábricas, supermercados e indústrias. Reduzidos à condição de coisa, desprovidos de sua autonomia, os trabalhadores lutam freneticamente por sub-salários, não importando a jornada de trabalho, o acúmulo de funções, o assédio moral e outras coisas que muitos acreanos já conhecem muito bem...

A desigualdade produz pobreza que produz favela que produz violência que produz insegurança que produz medo que produz neurose que produz desigualdade que produz pobreza que produz favela... e não é a polícia nem a distribuição de donativos que vai impedir esse ciclo vicioso (muito pelo contrário!).


A foto é do site da Prefeitura de Rio Branco e mostra uma enchente no bairro Taquari, uma das primeiras favelas de Rio Branco.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

OS DEMÔNIOS DESCEM DO NORTE

Os movimentos autônomos de cunho religioso, notadamente os de cunho pentecostal e neopentecostal surgidos nos EUA desde meados do século XIX até a atualidade, são subprodutos de um capitalismo que necessitava de uma base ideológica para se sustentar em seus desatinos de exploração e criação de subsistemas para alimentar os mecanismos de dominação ideológica e manutenção de poderes da matriz do grande capital - os Estados Unidos. Na década de 70 praticamente todos os paises da América Latina estavam sob o domínio de sanguinárias ditaduras militares, cuja ideologia de cunho fascista era a resposta política à ameaça da Revolução Cubana que pretendia se expandir para outros países do subcontinente. Era o tempo da Teologia da Libertação, que, com seu viés ideológico de matriz marxista, contribuiu de forma efetiva para a organização dos trabalhadores e dos camponeses em sindicatos e movimentos agrários que restaram depois na criação do PT e do Movimento dos Sem-Terra (MST). A ação dess...

A função política das tradições

Muito já se escreveu sobre a recente determinação do Ministério da Educação e Cultura (MEC) para a escolas gravarem os alunos cantando o hino nacional. O que isso tem de errado? Rituais, cerimônias e símbolos fazem parte do funcionamento de todas as sociedades desde tempos imemoriais. Música, pinturas corporais, símbolos da natureza: vale tudo para estabelecer entre os indivíduos a sensação de pertencimento coletivo que une, dá sentido, disciplina os instintos. As sociedades intuem que a submissão das vontades pessoais aos interesses da coletividade é o ponto de partida para o mínimo de convivência ordenada. Desde o fim do século XIX a Ciência Política utiliza a expressão “dominação tradicional” para designar um conjunto de práticas que os Estados tomam para maximizar esta sensação. A literatura acumulada diz que a dominação tradicional não é só uma forma de garantir a união entre as pessoas. É também uma forma do Estado obter legitimidade, isto é, a obediência dos governados....

Entrevista com Bruno Latour

"Para que os fatos científicos sejam aceitos, é preciso um mundo de instituições respeitadas. Por exemplo, sobre as vacinas se diz: “Estas pessoas ficaram loucas, estão contra as vacinas.” Mas não é um problema cognitivo, de informação. Os que são contra não serão convencidos com um novo artigo na revista 'The Lancet'. Essas pessoas dizem: “É este mundo contra este outro mundo, e tudo o que se diz no mundo de vocês é falso.” Comentário meu: Não só em relação às vacinas, mas em tudo o que envolve a coletividade. O que ocorre de fato é que determinadas forças políticas pré-modernas estão utilizando a Falácia de Falsa Simetria para redesenhar o poder no mundo atual. E a democracia representativa tal como a conhecemos não tem defesas naturais contra esse germe irracionalista. Estamos assistindo o retorno da Idade Média, ago...