Os presidentes dos países-membros da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) aprovaram por consenso o relatório da comissão destacada para investigar o genocídio de 11 de setembro no Departamento de Pando, na Bolívia.
O documento será encaminhado à ONU e à Organização dos Estados Americanos (OEA).
A cúpula sul-americana ocorreu ontem e hoje na Costa do Sauípe, na Bahia, e pela primeira vez dispensou a presença de representantes dos EUA ou de algum dos seus antigos colonizadores europeus.
O esforço dos governos para mostrar independência foi eclipsado pela imprensa brasileira, que acostumada a reproduzir textos encomendados pelas assessorias de "celebridades" do BBB preocupou-se mais com os trajes de banho de Michelle Bachelet, do Chile, ou de Fernando Lugo, do Paraguai - e olha que além da Unasul reuniram-se representantes dos grupos América Latina e Caribe, Mercosul e Grupo do Rio, com diferentes pautas e conclusões.
O esforço dos governos para mostrar independência foi eclipsado pela imprensa brasileira, que acostumada a reproduzir textos encomendados pelas assessorias de "celebridades" do BBB preocupou-se mais com os trajes de banho de Michelle Bachelet, do Chile, ou de Fernando Lugo, do Paraguai - e olha que além da Unasul reuniram-se representantes dos grupos América Latina e Caribe, Mercosul e Grupo do Rio, com diferentes pautas e conclusões.
Não houve cobertura das conclusões sobre o relatório do massacre pandino, um dos mais sangrentos episódios da política boliviana. A Folha de São Paulo limitou-se a divulgar, dois dias antes da cúpula (veja aqui), um pedido de nova investigação feito pelo presidente do Senado boliviano e oposicionista Óscar Ortiz, que acusava a comissão de ter feito um relatório "parcial" e até mesmo forjado.
O G1 fez o mesmo (veja aqui), mas na última terça-feira, primeiro dia das cúpulas, publicou um novo texto sobre o envio do relatório da Unasul à Organização das Nações Unidas (ONU) e à Organização dos Estados Americanos (OEA) após a aprovação consensual dos países-membros. Detalhe: os dois textos do G1 são da agência espanhola EFE.
Um papelão ridículo coube ao Estadão. No último sábado o diário paulistano chegou a afirmar (veja aqui) que quatro países - Colômbia, Peru, Uruguai e Paraguai - rejeitaram o relatório final, considerando-o "apressado e inconsistente", e que por isso esses países deveriam "contestá-lo na reunião de cúpula da Unasul". Algo parecido escreveu o Correio Braziliense na sexta-feira (veja aqui). A profecia não se realizou, mas Estadão e Correio simplesmente ignoraram isso e nada mais publicaram, nem contra, nem a favor.
Já na Bolívia, onde alguns jornais publicaram o natural questionamento da oposição, a aprovação do relatório na cúpula também foi divulgada.
O jornal La Razón, por exemplo, destaca (veja aqui) a aprovação e também mostra que há uma investigação paralela em curso na Promotoria de La Paz que em breve convocará 25 suspeitos de participação nos atentados. Alguns deles podem estar em Brasiléia ou em Epitaciolândia.
A Agencia Boliviana de Información (ABI), de La Paz, traz algo que a imprensa brasileira ignorou completamente: a declaração integral da cúpula dos países-membros sobre o relatório. Para acessá-lo, clique aqui.
E a imprensa acreana? Vai à brasileira ou à boliviana?
A foto é da ABI e mostra dois sobreviventes do massacre de 11 de setembro.
- Para ouvir relatos de outros sobreviventes, clique aqui.
- Para ver um vídeo do massacre, clique aqui.
- Para baixar o relatório da Unasul, clique aqui.
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