Paradoxal? Sí, pero no mucho! Em 1972, enquanto na Terra Brazilis as nossas Forças Armadas torturavam e assassinavam
Portanto, excetuados obviamente os
Um dos exemplos mais bem-sucedidos dessa tendência é o The Venus Project (Projeto Vênus), elaborado pelo engenheiro e inventor Jacque Fresco e que consiste basicamente na democratização dos vastos recursos hoje disponíveis segundo as necessidades das pessoas nos mais diversos países, eliminando o sistema de lucros e consequentemente o abismo entre desenvolvidos e não-desenvolvidos.
A idéia central é que uma economia baseada em recursos reduziria a tendência humana à dependência, corrupção e à ganância, que aprofundam o abismo civilizatório. Sem privações e a alienação do próprio potencial de criação engendradas pela necessidade de lucro, as pessoas seriam livres para criar e desenvolver seus projetos pessoais, ajudando, assim, no desenvolvimento de toda a comunidade.
- Uma economia baseada em recursos é um sistema onde todos os bens e serviços estão disponíveis sem o uso de dinheiro, crédito, escambo ou qualquer outro sistema de débito ou servidão. Todos os recursos tornam-se patrimônio comum de todos os habitantes, não de apenas uns poucos selecionados. A premissa sobre a qual esse sistema é baseado é a de que a Terra seja abundante em recursos; nossa prática de racionamento de recursos através de métodos monetários é irrelevante e contraprodutiva a nossa sobrevivência. A sociedade moderna tem acesso a tecnologias de ponta e pode disponibilizar comida, vestimenta, moradia e assistência médica; atualizar nosso sitema educacional; e desevolver um suprimento ilimitado de energia renovável e não-poluente. -, explica Jacque Fresco neste artigo.
Em 2003, em um artigo para a revista da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), escrevi que defendia para a Amazônia Legal uma economia totalmente tutelada pelo chamado "mundo civilizado". Meu argumento central era que a riqueza contrabandeadada do Brasil para a Europa a partir do século XVII foi o que permitiu a acumulação necessária para o desenvolvimento daquele continente nos séculos seguintes. Hoje, com o paradoxal risco de destruição do planeta pela intensificação desse desenvolvimento, que em seu caminho homicida dizimou milhões de índios, além de outras espécies animais e vegetais, nada seria mais justo que Estados Unidos e Europa "adotassem" o chamado pulmão do mundo, tutelando o desenvolvimento das suas populações em troca do compromisso de preservar os ecossistemas.
Ou seja: as nações hoje desenvolvidas deveriam ser forçadas a reembolsar, a fundo perdido, as nações que empobreceram. Não só pelo sofrimento excruciante que lhes proporcionaram, mas principalmente pela necessidade atual de extensas áreas de ecossistemas intactos para compensar os danos ambientais irrecuperáveis em outras partes do mundo.
Vendo idéias como a de Jacque Fresco sou forçado a repensar minhas prioridades, o que me leva a outra reflexão: é fato que a crise ecológica pode reacender o debate civilizatório, mas, como ficam as respostas a ela? Como separar o interesse coletivo de interesses que visam manipular o coletivo? E qual instância poderia defender esse sistema de valores?
Eis aí uma boa discussão para este comecinho de século XXI.
Um comentário:
Desculpe mas o seu texto tanto parece estar contra como a favor. Afinal qual a sua duvida?
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