Certas reviravoltas da História parecem se dar para recordarmos que “o tempo não pára”, como escreveu certa vez Cazuza. Mesmo quando tendências aparentemente portadoras de novidade parecem se impor, é bom lembrar que “ainda estão rolando os dados”. Algo assim está se passando no campo decisivo das Comunicações. Há cerca de uma década, ele parecia minado pela oligopolização. Uma onda de inovações tecnológicas havia tornado possível, por exemplo, produzir jornais inteiramente impressos em quatro cores, exibir imagens geradas por equipes de TV em qualquer parte do mundo, fascinar multidões nos cinemas com efeitos especiais extraordinários. Tais tecnologias, contudo, apenas aprofundavam o caráter essencial da comunicação de massas: um grupo cada vez mais reduzido de emissores transmitia conteúdos, de forma ultra-vertical, para audiências cada vez maiores. Para satisfazer o gosto do público, em qualquer mídia, era necessário possuir equipamentos muito sofisticados e caros. Por isso, a ev...
"O homem é tão bem manipulado e ideologizado que até mesmo o seu lazer se torna uma extensão do trabalho." Theodor W. Adorno