De tanto conviver com o ufanismo na política, com a concentração de renda na economia e com a segregação das classes sociais mais numerosas, o jornalismo acreano tornou-se o reflexo do ambiente em que é produzido.
Um jornalismo vertical.
Observe as capas de hoje da TRIBUNA, da GAZETA, do RIO BRANCO e do PÁGINA 20. Além de várias matérias e até fotografias em comum, o que mais encontramos? Encontramos notícias em que instituições e seus representantes falam ao povo. Que determinam esquemas morais. Que ditam normas, valores, idéias.
Que usam os jornais para reforçar o seu próprio poder de mando.
O jornalismo impresso do Acre é conseqüência óbvia do seu modo de produção, da lógica clientelista em que sobrevive. De tanto depender das instituições necessárias a uma sociedade verticalizada e estratificada em classes sociais segregadas ou segregadoras, os jornais locais produziram um jornalismo que não passa de mero anunciador de ações de um Poder Instituído que administra para o "povo gado", como canta Zé Ramalho.
Esses papéis sociais são reforçados quando alguém "sem representativade" política somente aparece nas páginas dos jornais em situações desfavoráveis, ridículas ou degradantes.
Uma tendência mais recente iniciada pelo PÁGINA 20 (uma espécie de "jornalismo positivo") retrata tais pessoas de forma piegas, ufanista e até paternalista, com frases de efeito como "exemplo de vida" (ou "de superação"), "volta por cima" e similares.
Isso nada revela senão a fé cega em um modelo de sociedade que se alimenta do individualismo, da lógica da eficácia privada e da produção de miséria em escala industrial para concentrar cada vez mais a riqueza produzida.
É uma outra forma de estratificação, de servilismo.
Ao falar de "superação" do atual "estado de coisas", ao defender as benesses do progresso e da civilização, os jornais, empresas que são, elegem justamente o modelo mais segregador e vertical possível: o capitalismo.
Ocorre que no capitalismo esse "desenvolvimento" baseia-se na apropriação privada do trabalho alheio. A produção de riquezas é social, claro, mas a apropriação é privada. Vai para uma parcela mínima da sociedade (uma classe social, na verdade): os patrões. É por isso que a produção de miséria, de violência e de exclusão social são as marcas de uma economia de mercado em qualquer país, em qualquer época.
Como começar a mudar esse estado de coisas? Como criar um jornalismo horizontal, participativo e menos dependente das instituições, sejam públicas ou privadas?
Na minha opinião jornais não deveriam ser privados, mas também não podem ser estatais. Empresas jornalísticas devem ser públicas, mantidas com recursos sociais e independentes da burocracia estatal. Dessa forma o poder público assumiria formalmente o patrocínio que já ocorre na maior parte dessas empresas.
Do jeito que está é uma imoralidade. E não pode continuar.
Por isso, os jornalistas comprometidos com a qualidade do jornalismo devem começar a defender a estatização dos jornais acreanos, com gestão popular com os próprios trabalhadores dessas empresas por meio do Sindicato dos Jornalistas do Acre (SINJAC).
Estatização já!
Um jornalismo vertical.
Observe as capas de hoje da TRIBUNA, da GAZETA, do RIO BRANCO e do PÁGINA 20. Além de várias matérias e até fotografias em comum, o que mais encontramos? Encontramos notícias em que instituições e seus representantes falam ao povo. Que determinam esquemas morais. Que ditam normas, valores, idéias.
Que usam os jornais para reforçar o seu próprio poder de mando.
O jornalismo impresso do Acre é conseqüência óbvia do seu modo de produção, da lógica clientelista em que sobrevive. De tanto depender das instituições necessárias a uma sociedade verticalizada e estratificada em classes sociais segregadas ou segregadoras, os jornais locais produziram um jornalismo que não passa de mero anunciador de ações de um Poder Instituído que administra para o "povo gado", como canta Zé Ramalho.
Esses papéis sociais são reforçados quando alguém "sem representativade" política somente aparece nas páginas dos jornais em situações desfavoráveis, ridículas ou degradantes.
Uma tendência mais recente iniciada pelo PÁGINA 20 (uma espécie de "jornalismo positivo") retrata tais pessoas de forma piegas, ufanista e até paternalista, com frases de efeito como "exemplo de vida" (ou "de superação"), "volta por cima" e similares.
Isso nada revela senão a fé cega em um modelo de sociedade que se alimenta do individualismo, da lógica da eficácia privada e da produção de miséria em escala industrial para concentrar cada vez mais a riqueza produzida.
É uma outra forma de estratificação, de servilismo.
Ao falar de "superação" do atual "estado de coisas", ao defender as benesses do progresso e da civilização, os jornais, empresas que são, elegem justamente o modelo mais segregador e vertical possível: o capitalismo.
Ocorre que no capitalismo esse "desenvolvimento" baseia-se na apropriação privada do trabalho alheio. A produção de riquezas é social, claro, mas a apropriação é privada. Vai para uma parcela mínima da sociedade (uma classe social, na verdade): os patrões. É por isso que a produção de miséria, de violência e de exclusão social são as marcas de uma economia de mercado em qualquer país, em qualquer época.
Como começar a mudar esse estado de coisas? Como criar um jornalismo horizontal, participativo e menos dependente das instituições, sejam públicas ou privadas?
Na minha opinião jornais não deveriam ser privados, mas também não podem ser estatais. Empresas jornalísticas devem ser públicas, mantidas com recursos sociais e independentes da burocracia estatal. Dessa forma o poder público assumiria formalmente o patrocínio que já ocorre na maior parte dessas empresas.
Do jeito que está é uma imoralidade. E não pode continuar.
Por isso, os jornalistas comprometidos com a qualidade do jornalismo devem começar a defender a estatização dos jornais acreanos, com gestão popular com os próprios trabalhadores dessas empresas por meio do Sindicato dos Jornalistas do Acre (SINJAC).
Estatização já!
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