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NOVOS ABSURDOS SOBRE A USINA DE JIRAU

Esta semana o governo encaminha medidas no mínimo suspeitas para "destravar" a obra da usina de Jirau, no Rio Madeira (RO). Só para lembrar, após o leilão, o consórcio vencedor propôs alterar em nove quilômetros o local da barragem.

O Ibama iria pedir complementações aos estudos e realizar audiências públicas. No entanto, o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) e Roberto Messias Franco (Ibama) acertaram com a Casa Civil uma "saída pela esquerda": convocaram reunião pública em Porto Velho (RO) para amanhã (15) com a idéia de "informar" sobre o novo projeto de Jirau.

Tudo ao gosto dos empreendedores, das necessidades do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e ao arrepio da lei, como mostrou O Eco. O encontro não tem caráter de audiência pública. Um parecer sobre a polêmica foi encomendado à Advocacia-Geral da União (AGU).

Com base nisso tudo, Minc anda dizendo por aí que a licença para a obra sai até o fim do ano. E a Amazônia e seus rios que se danem.

Fonte: Revista Eletrônica O ECO.

O infográfico mostrando Jirau e outras hidrelétricas previstas pela IIRSA para a Amazônia é do Jornal O Estado de São Paulo.

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Em tempo: o primeiro dia do "II Simpósio Linguagens e Identidades da/na Amazônia Sul-Ocidental: 'Percussões, Percursos, Oralidades Impressas e Ecos de Identidades na Passagem dos 20 Anos do Assassinato de Chico Mendes' e I Colóquio Internacional: 'As Amazônias, as Áfricas e as Áfricas na Pan-Amazônia'", ocorrido ontem na UFAC, trouxe revelações escandalosas sobre ações e inações do "Governo da Floresta" no tocante à exploração de madeira na imensa zona rural acreana.

Graças à força do professor e historiador Gérson Albuquerque, em breve vou postar aqui os vídeos de todas as conferências para que todos tirem suas próprias conclusões. Eu, que estive lá, achei um absurdo.

A conferência mais interessante aconteceu à noite e contou com a presença de Derci Teles, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Xapuri e Osmarino Amâncio, da Reserva Extrativista Chico Mendes.

Esta mesma conferência noturna contaria com a presença da senadora e "professora de História" Marina Silva, que pela enésima vez não compareceu.

A ausência da ex-ministra do meio-ambiente nas conferências da Ufac tornou-se tão comum que as comissões organizadoras costumam discutir se não seria melhor convidar outro político, sindicalista, líder indígena, cientista etc.

Por conta disso a ausência foi duramente criticada pelos movimentos sociais e sobrou até para os organizadores. O encontro vai até a próxima sexta-feira. Confira a programação e os participantes aqui.

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