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MAIS MADEIRA DESTRUÍDA

A tática do Ibama do Acre de destruir madeira ilegal encontrada na selva deixou de ser uma exceção polêmica e virou norma, pelo menos nas regiões mais isoladas.

Em mais uma fiscalização realizada entre sexta-feira e domingo nada menos que 103 toras de cedro e samaúma foram destruídas com motosserras. De acordo com a assessora do escritório em Cruzeiro do Sul, Fabíola Andrade, a destruição se deu "por não termos condições logísticas" para transportar as toras até um lugar seguro.

A apreensão aconteceu nas imediações do marco 53, próximo a cabeçeira do Rio Azul (Vale do Juruá, imediações do Parque Nacional da Serra do Divisor) e contou com uma aeronave e dois funcionários do Ibama, seis policiais federais, três policiais militares da COE, dois policiais civis, três mateiros, dois motosserristas e um funcionário do Instituto Chico Mendes.

Um release distribuído pelo Ibama às redações informa ainda que foram encontrados, pra variar, indícios de peruanos explorando ilegalmente a valiosa madeira da região. Vale lembrar que por ali mesmo já houve conflitos e troca de ameaças entre peruanos e indígenas.

A propósito: no ano passado, após mais uma dessas apreensões de madeira ilegal, o gerente do Ibama no Acre, Anselmo Forneck, disse que um detido na operação teria comentado a participação direta de empresas do presidente peruano, Allán García, na invasão ao território brasileiro para a exploração ilegal.

Essas declarações criaram um bafafá danado e ainda bem que eu gravei tudo, senão seria obrigado a desmentir mais uma entrevista e ainda me calar quando o jornal publicasse um "Erramos" ou "Repondo a verdade" - como aconteceu várias vezes durante a minha temporada no jornal A TRIBUNA...

Qualquer dia vou escrever mais sobre isso...

Por enquanto, para ver a repercussão da entrevista com o Forneck no Ministério das Relações Exteriores (MRE), clique
aqui.

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