Depois de três derrotas seguidas para o Exército Regular da Bolívia, o plano de invadir o QG deles ia de vento em popa. Tanto que, do lado de fora da porta, um otimista Plácido de Castro nem alisou o bigode antes de responder: "Não é festa, é revolução!" ao soldado boliviano que lhe perguntara - provavelmente já embriagado - se não era "cedo demais para a festa".
Ninguém riu. Nem os seringueiros, concentrados nas miras de suas Winchesters 44, e muito menos os soldados do exército boliviano, atônitos com o ataque do inimigo que julgavam destroçado.
Os resultados desse episódio, ocorrido no dia 6 de agosto de 1902, foram decisivos para futuras vitórias no conflito armado que resultou na anexação do Acre ao território brasileiro.
Entretanto, do ponto de vista de observadores do futuro como eu e você, o que interessa é saber as conseqüências e desdobramentos dessa vitória no nosso cotidiano.
Aparentemente é uma grande coisa, não é? Afinal, não hablamos español, não temos um presidente chamado "Evo" (?), não vendemos produtos piratas (?), e, claro, o mais importante: não gostamos de "mocochincha"!
Uma coisa, porém, acreanos e bolivianos compartilham: a ignorância total sobre o que ocorreu de fato naquele dia, assim como ignoramos, ambos, o que teria ocorrido se o "ato heróico" de 6 de agosto de 1902 tivesse dado com os burros n'água.
E como não sei o que esse capítulo foi, só me resta comentar sobre o que ele gerou: um circo, cujo picadeiro é tomado por heróis bigodudos, piadinhas sem graça, ideologismos baratos e conspirações infantis. Um circo que tem como objetivo a bovinização do povo, para que não tome consciência do seu papel ativo na transformação da sociedade a não ser por meio de condutores messiânicos.
Curiosamente é o povo acreano, repetidas vezes enganado, ludibriado e traído, que até hoje não parou de lutar contra a fome, o desespero, o abandono e a solidão no meio da selva.
Só nos resta ver com tristeza que esse povo tornou-se massa de manobra de hipócritas ditadores e seus lacaios de plantão, que patrocinam foguetório às 5 horas (4 horas!) para comemorar uma história que nasceu e se alimenta ainda hoje de exclusão, miséria e violência - questões hoje tidas como "problems urbanos" e não como necessidades históricas desses comandantes de araque para garantir salários baixos e maximizar a exploração humana.
Não, senhor Plácido de Castro. Não é revolução, é circo! Pão e circo...
Ninguém riu. Nem os seringueiros, concentrados nas miras de suas Winchesters 44, e muito menos os soldados do exército boliviano, atônitos com o ataque do inimigo que julgavam destroçado.
Os resultados desse episódio, ocorrido no dia 6 de agosto de 1902, foram decisivos para futuras vitórias no conflito armado que resultou na anexação do Acre ao território brasileiro.
Entretanto, do ponto de vista de observadores do futuro como eu e você, o que interessa é saber as conseqüências e desdobramentos dessa vitória no nosso cotidiano.
Aparentemente é uma grande coisa, não é? Afinal, não hablamos español, não temos um presidente chamado "Evo" (?), não vendemos produtos piratas (?), e, claro, o mais importante: não gostamos de "mocochincha"!
Uma coisa, porém, acreanos e bolivianos compartilham: a ignorância total sobre o que ocorreu de fato naquele dia, assim como ignoramos, ambos, o que teria ocorrido se o "ato heróico" de 6 de agosto de 1902 tivesse dado com os burros n'água.
E como não sei o que esse capítulo foi, só me resta comentar sobre o que ele gerou: um circo, cujo picadeiro é tomado por heróis bigodudos, piadinhas sem graça, ideologismos baratos e conspirações infantis. Um circo que tem como objetivo a bovinização do povo, para que não tome consciência do seu papel ativo na transformação da sociedade a não ser por meio de condutores messiânicos.
Curiosamente é o povo acreano, repetidas vezes enganado, ludibriado e traído, que até hoje não parou de lutar contra a fome, o desespero, o abandono e a solidão no meio da selva.
Só nos resta ver com tristeza que esse povo tornou-se massa de manobra de hipócritas ditadores e seus lacaios de plantão, que patrocinam foguetório às 5 horas (4 horas!) para comemorar uma história que nasceu e se alimenta ainda hoje de exclusão, miséria e violência - questões hoje tidas como "problems urbanos" e não como necessidades históricas desses comandantes de araque para garantir salários baixos e maximizar a exploração humana.
Não, senhor Plácido de Castro. Não é revolução, é circo! Pão e circo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário