segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A TEORIA DO VALOR-TRABALHO E SUAS "REFUTAÇÕES"

O artigo a seguir é do professor Cláudio Gontijo, que possui graduação em Economia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1977), mestrado em Ciência Econômica pela Universidade Estadual de Campinas (1978) e doutorado em Economia pela New School for Social Research (1991), EUA.

Gontijo é professor-adjunto da Faculdade de Ciências Econômicas e professor da FEAD-Minas. Suas pesquisas têm ênfase em Economia Política, Macroeconomia e Teoria Monetária e Financeira, atuando principalmente nos seguintes temas: política macroeconômica, inflação, economia brasileira, política de estabilização e valor e distribuição.



Esse artigo procura demonstrar que, apesar dos erros de Marx, a lei do valor possui caráter axiomático e representa fundamento necessário para o sistema de preços de produção, dando conta do duplo caráter das mercadorias, que, se custam capital para os capitalistas, custam trabalho tanto para os trabalhadores quanto para a sociedade como um todo.

Demonstra-se que é através da teoria do valor-trabalho que a economia se transforma em sistema científico, que não pode admitir hipóteses não-demonstradas. Prescindir dela significa romper com o princípio da auto-fundamentação da ciência, formulado claramente em O Capital, que tem como ponto de partida a mercadoria, tomada como imediato concreto, e ponto de chegada a mesma mercadoria, concebida como produto do capital.

Significa abrir mão do princípio unificador da economia clássica em favor de teorias que representam verdadeiras colchas de retalho, costuradas a partir de hipóteses graciosas, tais como a de que as empresas maximizam lucros e a de que os empresários acumulam capital. Mostra-se que a proposta neo-ricardiana de se obter a taxa de lucro e os preços diretamente dos “coeficientes técnicos de produção” e do salário real, ao omitir a duração da jornada e a intensidade do trabalho, para não falar do conteúdo sociológico do salário real, equivale a escamotear sumariamente o conteúdo social incorporado nessas variáveis, a começar pela exploração do trabalho.

Finalmente, a teoria do valor-trabalho permite não apenas derivar todas as categorias econômicas presentes na economia de mercado (preços de mercado; preços de produção; salário, lucro e taxa de lucro, juro e taxa de juros, renda da terra, preço do solo e dos ativos financeiros, etc), mas também dá conta da economia mercantil simples, de modo que abandoná-la equivale a renunciar a uma teoria geral das economias de mercado.


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- A imagem ilustra o capitalismo em 1911. Clique nela para ampliar e conferir se algo mudou desde então.

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