terça-feira, 10 de agosto de 2010

MUDANÇAS CLIMÁTICAS


Livros citados no artigo. Clique para ampliar.


Entre uma tossida e outra por conta da fumaça que invadiu o mundo (cof, cof! quero dizer, Rio Branco, cof!), eis que surge o debate sobre o tal "aquecimento global". É a cultura da pauta jornalística: questões cruciais só viram debate no auge dos seus efeitos.

E surgem de forma enviesada. Mudança climática, por exemplo, é invariavelmente confundida com aquecimento global, como se fossem a mesma coisa. Ambientalismo é tomado por socialismo, com todo um espectro adjacente de teorias da conspiração. E a crise ambiental, mesmo demonstrada no contexto de uma crise estrutural que vai do esgotamento dos recursos naturais às crises diplomáticas entre os países, são tomadas como "ultra-esquerdismo aquecimentista".

Durma-se com um barulho desses!

É óbvio que o clima global está sofrendo uma transformação radical, não precisa ser cientista para saber. Basta - cof, cof! - existir, primeiro, e depois pôr a cara na janela. Conferir o noticiário sobre o clima em outras regiões do planeta também ajuda: nevascas inéditas, furacões gigantes, ondas de calor na Europa, seca na Amazônia e por aí vai. Na dúvida, basta entrevistar alguém mais velho sobre as "friagens de antigamente" ou sobre o "calor de antigamente". E por aí vai.

A teoria do aquecimento global antropocêntrico (causado pelo homem), por outro lado, é um salto espalhafatoso a partir desse dado empírico. Praticamente toda a mídia alternativa, ou seja, não-comercial, já alertou para o seu caráter não somente duvidoso, mas inviável, inclusive em artigos, livros, simpósios, seminários etc. O mais recente livro sobre o assunto, "A fraude do aquecimento global - Como um fenômeno natural foi convertido numa falsa emergência mundial", foi escrito pelo brasileiro Geraldo Luís Lino e tem prefácio de Luiz Carlos Baldicero Molion. Lançado no ano passado, o livro permanece na obscuridade por falta de divulgação.

A denúncia é basicamente a mesma desde quando a fraude foi descoberta em meados de 2007: movidos por promessas de lucro, cientistas do IPCC, o Painel Interclimático da ONU, aceitaram "editar" alguns dados de suas pesquisas para beneficiar uma bilionária indústria de matrizes energéticas "alternativas", especialmente a do hidrogênio. Fazem parte da obra: trocas de e-mails esclarecedores entre membros do IPCC, ligações entre vários "aquecimentistas" e indústrias de infra-estrutura e energia nos EUA, a inviabilidade dos números e previsões mais catastróficos e como governos e empresas lucram com o catastrofismo. O argumento vem sendo o mesmo há quatro anos, pelo menos. No resto do mundo, claro (cof, cof!)!

E a esquerda?

Parte da esquerda, como tanta gente boa, foi na onda da banda podre do IPCC. Porém, indepentemente da fraude do aquecimento global, o problema amplo da insustentabilidade da forma de produção de riquezas, que produz pobreza na mesma medida e com a explosão da violência servindo de indicador de "desenvolvimento", é o cerne do debate contemporâneo trazido pelos socialistas.

Aliás, essa discussão é inclusive anterior ao aquecimento global. Remonta aos filósofos do século XIX, a partir de Karl Marx, passou pela Escola de Frankfurt, esteve também na reflexão estruturalista, mereceu bons livros dos existencialistas e, graças ao desenvolvimentismo implantado pela Ditadura Militar criou no Brasil toda uma tradição de pesquisa que tem em Octavio Ianni, José Paulo Netto, Ricardo Antunes e outros os seus principais colaboradores.

Quem quiser fazer uma leitura sobre os limites estruturais da nossa época, e como essas crises nos âmbitos político, econômico, ambiental, diplomático, demográfico, social e mesmo teórico estão relacionadas, minha sugestão é "Para Além do Capital", do filósofo húngaro István Meszáros. Fica a dica.


Para obter informações atualizadas sobre a farsa do aquecimento global, clique aqui.

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