segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O VERDE É CONSERVADOR?

Marina Silva se tornou uma política conservadora, que facilmente pode ser incorporada no discurso religioso de salvacionismo do planeta, com o qual ela está afinada. As suas idéias encontram uma pirâmide consistente de valores: Deus, Ambiente e Sociedade. Ela é a primeira do novo cristianismo brasileiro a parecer viver pela idéia que considera verdadeira. Com capacidade, inclusive, de conquistar os conservadores brasileiros - aqueles que não possuem um projeto de poder deliberado, mas que aceitam a vida tal como ela é. O projeto ambiental no Brasil é um projeto por acontecer. E não virá do PV, que deve ser implodido como casa de um pobre conservadorismo sem poder.


Continua na Agência Carta Maior.

3 comentários:

lindomarpadilha.blogspot disse...

Caro Josafá,

Se o verde é conservador, não me permito afirmar categoricamente, mas afirmo que neste momento está se amarrando ao novo cristianismo. Novo no nome mas vem sustentado em práticas medievais da subjulgação das mentes frente ao projeto missionário. Missionário neste sentido, se veste da mais prepotente arrogância daqueles que se julgam ter o próprio Deus para levar a outros que vivem no mundo da ignorância e do pecado. (bla´, blá, blá...)
Este modelo de cristianismo, com carinha nova e práticas antigas, está presente em todas as igrejas que se declaram cristãs. Por aí se vê o tamanho do problema. Esse novo cristianismo tudo perdoa, aos amigos naturalmente, tudo esquece, tudo abençoa e ainda ora pelo dinheiro roubado com sucesso. (não é uma prática só de Brasília. Tanto faz Hildebrando ou Anselmo Forneck, ambos se tornam santos e dignos de nosso voto, entre outras coisas.
Para encurtar o comentário, sugiro a que interessar, uma leitura dos textos de Jürgen Habermas sobre filosofia, comunicação e ética. Eu estou aprendendo muito com ele e passo a entender melhor o "porque" do novo cristianismo mergulhar nas comunicações de massa e construir uma ética política relativa.

Bom trabalho.

Lindomar Padilha

Jozafá Batista disse...

Lindomar, a relativização da ética promovida pelo ambientalismo é o mesmo projeto de sua absolutização promovida pelas igrejas nascidas da Grande Depressão.
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Enquanto que no ambientalismo militante a ação individual "responsável" promete domar e recondicionar as relações de classe a um mundo mais "equilibrado", a mônada moralista do cristianismo refuncionalizou a ladainha da vitória no mundo pelo empreendedorismo individual, outrora pertencente à CNI, CNA, ANJ etc.
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Ambas são iguais na medida em que reproduzem, de formas idênticas, relações de poder sobre as quais se ergue toda a nossa sociedade: o individualismo militante, a ação positiva no mundo e principalmente o deslocamento da fonte da crise da qual se origina o próprio problema apontado pelo ambientalismo.
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Muito obrigado pela visita e volte sempre. A você, deixo um texto da professora Klára Kaiser Mori, da USP:
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http://www.usp.br/fau/docentes/depprojeto/c_deak/CD/4verb/sustent/index.html

Nayane disse...

pois é na ultima eleição ela se mostrou como uma grande surpresa já que os brasileiros cansados da brincadeira dos partidos mais poderosos, resolveram tomar uma decisão e dar uma chance a Marina, o que eu concordo já que estavam esquecendo que a população que vota e escolhe seus representantes, eu particularmente gosto muito do jeito e a política inovadora dela, necessitávamos de um rosto novo na nossa política.