sexta-feira, 10 de junho de 2011

IDADE MÍDIA

Por Danielle Gonçalves, no DireitoNet


De maneira simplista, tentarei mostrar com este trabalho uma das grandes formas de violência existente na sociedade e que freqüentemente se desenrolam sob os nossos olhos, porém, demasiado perto para serem percebidos: trata-se da violência da mídia.

A mídia, com sua aparência indefesa, sob a alegação de prestar serviço cultural e informativo de maneira diversificada com o alcance de todas as classes e indivíduos vêm, hodiernamente, se manifestando como um super poder, causando grande influência, de certa maneira perversa, sobre a vida das pessoas.

Podendo ser manifestado de diversas maneiras, o poder, segundo Bonavides [1], pode ser assim definido:

“A um nível muito geral, poder é qualquer relação social regulada por uma troca desigual. É uma relação social porque a sua persistência reside na capacidade que ela tem de reproduzir desigualdade mais através da troca interna do que por determinação externa. As trocas podem abranger virtualmente todas as condições que determinam a acção e a vida, os projectos e as trajectórias pessoais e sociais, tais como bens, serviços, meios, recursos, símbolos, valores, identidades, capacidade, oportunidades, aptidões e interesses. No relativo às relações de poder, o que é mais característico das nossas sociedades é o facto de a desigualdade material estar profundamente ligada com a desigualdade não material, sobretudo com a educação desigual, a desigualdade das capacidades representacionais/comunicativas e expressivas e ainda a desigualdade de oportunidades e de capacidades para organizar interesses e para participar autonomamente em processos de tomada de decisões significativas” (grifo nosso).

Deste modo, torna-se fácil observar que a mídia é um dos maiores veículos de manifestação do poder neste país. Eis que, sua maior função é enriquecer uma minoria composta de grandes empresários, conservando, assim, o status quo. A mídia desempenha essa função vendendo os seus produtos e suas ideologias, utilizando, para isso, instrumentos cada vez mais inescrupulosos e mantenedores de desigualdades.

A mídia, de maneira quase imperceptível, trabalha na manipulação de conduta das massas populares, como observa Kelnner [2]:

“Na mídia encontra-se, atualmente, a forma dominante de cultura (mercantilizada), a qual promove a socialização ao mesmo tempo que ajuda a moldar a identidade das pessoas. Através de um véu sedutor que combina o verbal com o visual, a cultura da mídia – que é a cultura da sociedade – traduz uma ampla dependência entre comunicação e cultura. Através desta inter-relação, divulga determinados padrões, normas e regras, ensina o que é bom e o que é ruim, o que é certo e o que é errado; ajuda a formar identidades, fornece símbolos, mitos e estereótipos através de representações que modelam uma visão de mundo de acordo com a ideologia vigente” (grifo nosso).

Sendo assim, a mídia contribui bastante na formação da identidade e socialização do povo brasileiro, pois “- como um vetor de publicização da vida cotidiana - tem o poder de formar, informar e transformar, mas também pode deformar os estilos de identidade, subjetividade e sociabilidade [3]”.

Portanto, a mídia por ter um grande poder de influência sobre a população em geral, utiliza-o como o propulsor de suas ideologias e instrumento de manutenção do status quo, na medida em que narra, tece histórias, seleciona estratégias de linguagem pelas quais edita vida, aponta caminhos, ensina modos de ser e espetaculariza o humano, a qualquer preço.

A mídia, ao divulgar um fato, o mantém, porém direciona o enfoque ao seu bel prazer. Deste modo, estabelece a ideologia das classes dominantes e substitui instituições importantes como a família, a igreja e a escola. A interpretação dada a algum acontecimento pela mídia é repassada aos espectadores que mantêm suas discussões e reflexões de acordo com aquilo veiculado, como se a conotação dada pela mídia fosse própria, e não imposta, determinando, deste modo, a prevalência do pensamento das camadas superiores.

Segundo Kellner [4], “A ideologia transmitida pela mídia ‘é (geralmente) a do branco, masculino, ocidental, de classe média ou superior; são as posições que vêem raças, classes, grupos e sexos diferentes dos seus como secundários, derivativos, inferiores e subservientes’. Há, portanto, uma nítida separação em ‘dominantes/dominados e superiores/inferiores, produzindo hierarquias e classificações que servem aos interesses das forças e das elites do poder”.

Deste modo, então, o indivíduo, apesar de pensar ser o super-homem, é um soldadinho de chumbo, manipulado pelos ideais e pela forma de pensamento divulgado pela mídia. O seu pensar, na verdade, não te pertence.

Por outro lado, existe uma outra nuance da mídia que merece ser destacada, como relata Cruz [5]:

“Com o fenômeno da globalização e ao advento de uma sociedade global a ordem do momento é consumir. Então, para que possa, além de manter a ordem vigente estabelecida, alcançar maiores índices de audiência, a mídia, por diversas vezes, recorre a elementos afinados com a lógica sensacionalista, do espetacular, do grotesco, do violento” (grifo nosso).

Neste contexto, em busca de audiência, a mídia divulga, cada vez mais, informações desprovidas de conteúdo, como a fofoca, brigas, traição, etc. Matérias que, em vez de transmitir o conhecimento de forma a desenvolver o seu pensamento crítico, pelo contrário, banaliza a informação séria porque esta não gera a tão esperada audiência e aliena a população a fim de manter a ideologia dominante, como novamente observa Cruz [6]:

“Assim, a cultura produzida pela mídia promove articulações com o sistema vigente no sentido de reforçar a homogeneização das identidades. Baudrillard (1997: 80) afirma: “Por trás de cada informação, um acontecimento desapareceu; sob a cobertura da informação, um a um os acontecimentos nos são retirados”. Assim, o mundo atual se depara com um processo de “ofuscamento do saber”, a “falsa clareza”, de Adorno e Horkheimer. Vivencia-se o chamado “efeito paravento”, de Ramonet (1999: 31) – onde um evento desbota outro –, o “ocultar mostrando”, de Bourdieu (1997: 24) – em que a realidade é mostrada de forma distorcida, mascarando alguns elementos (grifo nosso).

Num cenário em que a qualidade da informação é inversamente proporcional ao índice de audiência, o racional é superado, com certa freqüência, pelo conflito, “pela manipulação de temores e fantasias” (Kellner, 2001: 106), onde o discurso noticioso é substituído por um tipo de “discurso publicitário”, homogeneizador de identidades, mercadológico, a-histórico e sem aprofundamento, portanto, desprovido de reflexão – onde os meios ficam impossibilitados de justificar os fins. Se a mídia não chega a “congelar” mentes, no mínimo desvia a atenção dos assuntos realmente relevantes para as vidas receptoras” (grifo nosso).

Desta forma, a informação veiculada sempre será aquela que trará bom retorno ao mercado, voltando-se para o mesmo problema da função da mídia em alienar o público e sustentar as classes dominantes.

Assim, a mídia impõe seus produtos e obriga o público a consumi-los, sob pena de se sentirem diferentes, excluídos da sociedade. Aqueles que adquirem os produtos se sentem mais importantes, visto que as pessoas olham os outros de acordo com os produtos que possuem, isto é, você vale o que você tem. Isso gera a euforia dos consumidores que saem as lojas para, muitas vezes, sem condições financeiras, comprar o tênis da NIKE, a sandália da Sandy e tantos outros adornos desprovidos de sentido, assim como as informações veiculadas. Portanto, a mídia é um importantíssimo elemento para o mercado, eis que, maximiza as vendas. E, como ressalta Bonavides [7]:

“O fetichismo das mercadorias é a forma de poder do espaço de mercado. [...]. À medida que adquirem qualidades e significados autônomos que vão para além da estrita esfera econômica, as mercadorias tendem a negar os consumidores que, enquanto trabalhadores, são também os seus criadores. Dado que a autonomia das mercadorias é obtida à custa da autonomia do consumidor enquanto ator social (como criador das mercadorias e como consumidor livre), o consumidor transforma-se, através do fetichismo das mercadorias, de sujeito de consumo, em objeto de consumo, de criador, em criatura. [...].

Numa sociedade produtora de mercadorias, essa organização social engendra a “coisificação das pessoas” (a força do trabalho como mercadorias) e a “personificação das coisas”. Desse modo, segundo Marx, o fetichismo das mercadorias está intimamente ligado à exploração, e o tipo de alienação a que dá origem pode ser encarado simplesmente como o “aspecto qualitativo” da exploração. A meu ver, no entanto, o fetichismo das mercadorias deve ser considerado uma forma autônoma de poder. Por um lado, mediante a sua transformação cultural, o fetichismo das mercadorias vai muito para além da exploração. Convertido num sistema semiótico globalmente difundido pelo imperialismo cultural, o fetichismo das mercadorias é, com freqüência, um posto avançado da expansão capitalista, o mensageiro da exploração que se avizinha. Por outro lado, e em parte por essa razão, o processo de consumo é hoje demasiado complexo para ser apreendido nos termos da dicotomia de Marx: consumo individual/consumo produtivo. Por último, a crescente esteticização do consumo converte as mercadorias numa configuração de mensagens expressivas que fomentam uma concepção materialista da vida no mesmo processo em que desmaterializam os produtos”. (grifo nosso).

É devido a essa concepção materialista da vida que a mídia se aproveita e impõe os seus produtos. E as pessoas, levadas pela vaidade, irão adquiri-los, mesmo que a aquisição cause dívidas elevadas e prolongadas, mas que geram grande satisfação, conforme se observa neste comentário de Chauí [8]:

“A sociedade da mídia e do consumo de bens efêmeros, perecíveis e descartáveis engendra uma subjetividade de tipo novo, o sujeito narcisista que cultua a sua própria imagem como única realidade que lhe é acessível que, exatamente por ser narcisista, exige aquilo que a mídia e o consumo lhe prometem sem cessar, isto é, satisfação imediata dos desejos, a promessa ilimitada da juventude, saúde, beleza, sucesso e felicidade que lhe virão por meios fetichizados”.

Neste mesmo sentido [9]:

“A ética da comunicação - que em seu sentido etimológico se liga às noções de troca, permuta, vinculação e comunidade - tem sido atropelada por um sistema que faz da mídia uma espécie de ‘fogueira das vaidades’. É neste sentido que Muniz Sodré critica a mídia (no caso, a televisão), como uma expressão de ‘monopólio da fala’ e como uma ‘maquina de narciso’ que inibe a fala do Outro, tendendo a dissolver os regimes de solidariedade, pois multiplica os espelhos do Mesmo no imaginário social”.

É óbvio que essa imposição de padrões e produtos, banalização da informação e determinação de ideologias, depende muito dos receptores, visto que muitas pessoas não são manipuladas pelo poder exercido pela mídia. São pessoas conscientizadas e com alto poder crítico que, todavia, representam exceção num país como Brasil em que a maioria das pessoas não tiveram sequer acesso a escolas ou ensino de qualidade e que o único meio de aquisição de informação é aquele veiculado pela mídia, especialmente pelo rádio e televisão.

Resumindo, a mídia é uma forma de manutenção da ideologia vigente e do status quo, tem o poder de impor padrões, condutas, pensamentos, moda, etc. Dado ao seu poder e devido a busca de audiência ela banaliza a informação e aliena seu público em busca daquela finalidade. Assim, chega-se ao ponto mais importante para a lucidez, visto que, pode-se enxergar a violência exercida pela mídia, a violência de impor o pensamento da classe dominante sobre os outros, excluídos, que devem ser os soldadinhos de chumbo movidos pela necessidade de manter tudo como está. Soldadinhos a–críticos, sem posição, sem ideal de luta. Soldados que devem ser mantidos em posição de inferioridade, pois são eles que mantêm as classes superiores.

Como todo poder é exercido pela imposição da violência, as vezes com maior transparência, as vezes quase imperceptíveis, vejamos o conceito de violência determinado por Chauí [10]:

“Um ato de brutalidade, sevícia e abuso físico e/ou psíquico contra alguém e caracteriza relações intersubjetivas e sociais definidas pela opressão, intimidação pelo medo e pelo terror. A violência se opõe à ética porque trata seres racionais e sensíveis, dotados de linguagem e de liberdade como se fossem coisas, isto é irracionais, insensíveis, mudos, inertes ou passivos”. (grifo nosso)

À primeira vista poderia se concluir que o que foi exposto neste trabalho, em contraposição com o conceito estabelecido acima, não seria uma forma de violência. Mas, uma análise mais profunda levaria a verificação de quão violenta é a imposição feita pela mídia de ideologias, de produtos, de padrões e culturas da classe dominante, como se fossem únicos, devendo ser cumpridos à risca pela maioria do público inconsciente, trabalhando na alienação deste público para alcançar seus objetivos, porque a informação do público e o desenvolvimento de um pensamento crítico, opinante e emancipatório seria prejudicial à função da mídia em manter a ideologia dominante, além do que as classes superiores estariam mais heterogêneas, o que não é desejado, em hipótese alguma. Deste modo, não considero o que já foi exposto algo diferente da violência, mas, é claro, apresentada nas entrelinhas de modo a não ser percebida tão facilmente.

Segundo Marilena Chauí [11], existem, no Brasil, muitos atos de violência, mas que não são assim considerados, porque aqui existe um mito da não violência brasileira decorrente do fato:

“A violência não é percebida ali mesmo onde se origina e ali mesmo onde se define como violência propriamente dita, isto é, como toda prática e toda idéia que reduza um sujeito à condição de coisa, que viole interior e exteriormente o ser de alguém, que perpetue relações sociais de profunda desigualdade econômica, social e cultural. [...]. A mitologia e os procedimentos ideológicos fazem com que a violência que estrutura e organiza as relações sociais brasileiras não possa ser percebida, e, por não ser percebida é naturalizada...”

Assim, a violência da mídia está tão naturalizada nas relações sociais que a sociedade em geral, especialmente os mais vulneráveis econômica e socialmente, não consegue percebê-la e desvencilhá-la.

O mais incrível é que não conseguimos enxergar tudo isso. Como podem existir classes consideradas inferiorizadas (não só economicamente, mas também, culturalmente e ideologicamente) se a Constituição estabelece a igualdade de todos? Como alguns são sufocados ao falar, se a Constituição permite a liberdade de expressão? Como achar melhor o que está sendo transmitido no rádio, na TV, nos jornais, se existem os próprios valores internos? Somos livres, podemos reagir, mas nosso pensamento está arraigado em uma outra concepção. Concepção esta manipulada por diversas formas de poder, inclusive a mídia, que nos faz paralisar perante os nossos direitos e interiorizar a fraqueza, a conformidade e a inferioridade de cada um.

A Constituição Federal assegura a liberdade de comunicação (art. 5º, IX). Acontece que, a mídia desempenha esse direito de maneira bastante violenta, ao impor uma ideologia, inserindo uma barreira no desenvolvimento da liberdade de pensamento (também assegurado pela Constituição – art. 5º, IV), visto que dificulta muito desenvolver uma consciência crítica frente a um instrumento que exerce o seu poder de forma quase imperceptível, mas de impressionante eficácia.

Porém, não se pode conceber que a mídia exerça esse poder sobre as pessoas. Os narcisistas devem acordar para a criticidade e questionar se aquilo que está sendo apresentado cotidianamente pela mídia é a realidade ou é apenas uma realidade manipulada ao bel prazer daqueles que recorrem aos serviços midiáticos.

Ressalta-se que, isso não é devido simplesmente à inércia do indivíduo pacato, mas à manipulação exercida sobre o pensamento das pessoas e à banalização das informações de um instrumento tão necessário ao desenvolvimento intelectual, já que a educação nesse país é tão precária.

Deste modo, mister se faz encontrar as estratégias para entrar e sair dos jogos da mídia que se infiltraram nos diversos campos das relações sociais. Isso só poderá ser feito com a conscientização e desenvolvimento do pensamento crítico da população para que possa interpretar as imposições ideológicas, econômicas e culturais determinadas pela mídia.

Por outro lado, faz-se necessário à aplicação de princípios éticos na mídia, baseado em uma ética universal, em que todos são cidadãos iguais e devem ser tratados como tais, respeitando-se as diferenças de cada grupo. A mídia tem que divulgar os fatos como eles são, sem impor a ideologia dominante, deve permitir a participação de cada grupo na sociedade que poderá mostrar seus valores e sua importância, de maneira a criar uma heterogeneidade cultural e ideológica para cada um, com sua consciência crítica, seja capaz de escolher (escolha própria) a ideologia que mais o agrada, respeitando as idéias e opinião dos demais.

A ética presa à consciência, a liberdade e a responsabilidade da ação, cuja virtude se determina pela conformidade do bom e do justo. A ação ética só será livre se for autônoma, isto é se for livre e só será livre se for autônoma, isto é, se resultar de uma decisão interior ao próprio agente e não vier da obediência de uma ordem, a um comando ou a uma pressão externos [12]. Deste modo, a ética determina o contrário do que acontece na mídia atualmente. Por isso, os valores repassados pela mídia têm de ser universais, não baseados em uma única classe mais poderosa, para que se possa estabelecer uma mídia da consciência e emancipação da população em geral, sem exclusões.


Notas:

[1] Boaventura de Souza Santos. A Crítica da Razão Indolente: Contra o desperdício da Experiência. Vol. 1 – 4ª ed. – São Paulo: Cortez, 2002.

[2] Fábio Souza da Cruz. Mídia e Violência. Disponível em:

[3] Cláudio Cardoso de Paiva, De olho nos traficantes, malandro e celebridades: um estudo de mídia e violência urbana, 2000.

[4] Fábio Souza da Cruz. Mídia e Violência. Disponível em:

[5] Idem

[6] Idem

[7] Boaventura de Souza Santos. A Crítica da Razão Indolente: Contra o desperdício da Experiência. Vol. 1 – 4ª ed. – São Paulo: Cortez, 2002. p. 266.

[8] Marilena Cahuí. Ética e Violência. Colóquios Interlocuções com Marilena Chauí. São Paulo, 1998.

[9] Cláudio Cardoso de Paiva. De olhos traficantes, malandros e celebridades: um estudo de mídia e violência urbana.

[10] Marilena Cahuí. Ética e Violência. Colóquios Interlocuções com Marilena Chauí. São Paulo, 1998.

[11] Idem

[12] Idem


Referências Bibliográficas:

CHAUÍ, Marilena. Ética e Violência. Colóquios Interlocuções com Marilena Chauí. São Paulo, 1998

CRUZ, Fábio Souza da. Mídia e “Violência”: A Pedagogia Crítica como Agente Libertador da Cultura. http://www.ucpel.tche.br/rponline/artigo1.doc

PAIVA, Cláudio Cardoso de. De olho nos traficantes, malandro e celebridades: um estudo de mídia e violência urbana, 2000. http://www.bocc.ubi.pt/_esp/autor.php?codautor=58

SANTOS, Boaventura de Souza. A Crítica da Razão Indolente: Contra o desperdício da Experiência. Vol. 1 – 4ª ed. – São Paulo: Cortez, 2002.

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