terça-feira, 4 de novembro de 2008

O CAPITALISMO COMUNITÁRIO E A REPRESSÃO INTELECTUAL

Estamos ingressando em uma nova fase da economia mundial. Um novo mundo. Você é testemunha. Qual é o nexo entre a fusão dos bancos Itaú e Unibanco, a crise econômica e o governo Lula?

A queda do muro de Berlim pôs fim à hegemonia soviética em um terço do planeta. A queda do muro de Wall Street pôs fim simbólico ao domínio unilateral dos Estados Unidos sobre o mundo.

Porém, a marcha para um super-capitalismo vem ininterrupta desde a ascensão de Ronald Reagan e Margaret Tatcher. O capitalismo dos monopólios e oligopólios que acumulam capital sob proteção estatal e com uma progressiva "flexibilização" dos direitos relativos ao trabalho. É óbvio que o governo Lula não é igual ao governo FHC. Mas a tendência central da precarização do mundo do trabalho segue adiante. Ela se deu nos países ricos e continua firme e forte nos países pobres.

O "socialismo do século 21", de Hugo Chávez; o capitalismo comunitário, na versão de inspiração jesuíta do bispo Fernando Lugo, no Paraguai; o "comunitarianismo" de Barack Obama apontam na mesma direção: o estado terá um papel importante para resolver as demandas entre o capital e o trabalho.

Em crise, haverá mais gente disputando menos recursos. A luta política se agudizará em todo o planeta. A criminalização dos movimentos sociais vai se aprofundar. O Jornalismo como atividade fim está em vias de extinção. Em países como o Brasil isso já está demonstrado: a mídia corporativa se tornou, acima de tudo, instrumento de luta política e comercial.

À repressão física, pura e simples, se juntará a "repressão intelectual". Os assassinatos de caráter são um exemplo extremado do modelo que veremos mais e mais. A condenação ao "ostracismo intelectual" será a pena mais grave imposta a gente que pensa. "Rotular e excluir" será o procedimento operacional padrão.

Usando como instrumento principal a internet, o You Tube e os vídeos capturados através de telefones celulares, os novos ativistas sociais deverão se organizar de forma não hierárquica e não centralizada em torno de plataformas políticas suficientemente amplas para atrair gente de todas as idades e origens ideológicas. Em defesa da liberdade de informação, de pensamento, de organização, de manifestação, contra o controle estatal da informação e pelo aprofundamento da democracia. A briga vai ser boa.


Fonte: Vi o Mundo, de Luiz Carlos Azenha.

A imagem é do Fotodependente.

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